[RP FECHADA] Young Folks

— Por favor, maninha. Se eu pudesse ir, eu iria.

O pedido de Moriz não era abusivo, porém, eu só mostrei sinal de que faria o que ele havia pedido na segunda vez que ele insistia. Meu plano era passar o começo daquela tarde de sexta terminando Stranger Things enquanto conversava por mensagem com Tommy e minhas amigas. Mas Moriz havia pedido para eu comprar umas coisas importantes, algo que precisava para fazer o trabalho para a faculdade.  

Era impossível negar algo para meu irmão gêmeo, por isso me arrumei de forma rápida e básica. Arrumei as ondulações de meus fios da melhor forma que pude, deixando-os livres sobre meus ombros. Não poderia sair de qualquer jeito em público, de forma alguma, por isso tratei de vestir uma roupa mais apropriada.

O shopping foi uma escolha óbvia, era o local mais prático, onde poderia resolver todas as coisas que precisava de uma vez só. A primeira coisa que fiz foi comprar as coisas que meu irmão havia pedido, o que me rendera já algumas sacolas volumosas. Não sabia o que ele faria com aquilo... Mas é melhor eu nem saber.

Passei na livraria para comprar um novo livro, e depois comprei umas maquiagens novas [não comprar roupas e sapatos tudo bem. mas passar em frente a MAC e não comprar nada já é pedir demais]. Meu próximo destino era o Starbucks. Assim eu me distraia e não pensava nas milhares de roupas maravilhosas que eu não poderia olhar naquele dia...

Coloquei as tralhas do meu irmão numa cadeira vaga na mesa que eu ocupava, mas havia acabado me enrolando um pouco e uma sacola com artigos de papelaria havia caído no chão, espalhando papéis, canetas, cds e outras coisas no chão, até o livro que havia acabado de comprar para mim caíra. — Oh, Jesus — murmurei, irritada, enquanto me levantava da cadeira para arrumar a bagunça.

Eu tentava conter as palavras de baixo calão que pareciam pinicar o céu de minha boca, pedindo para que eu as dissesse em voz alta; eu precisava mantê-las ali, dentro de minha mente, enquanto me inclinava um pouco para pegar algumas coisas caídas no chão. Xingar naquela ambiente não combinava nem com minha educação, nem com minha imagem.

Escuto alguém oferecendo ajuda e inclino a cabeça para o lado, a erguendo um pouco até eu conseguir focalizar o dono de uma voz que, aparentemente, falava comigo. Olhei para o rapaz loiro, que ostentava um sorriso simpático e educado no rosto, tentando identificar qualquer tipo de segunda intenção. Depois de minha expressão um pouco confusa se dissipou, dando lugar a um sorriso recatado eu me adiantei a dizer: — Ah, claro, agradeceria bastante — continuei a juntar as coisas caídas, agora tendo a ajuda do rapaz recém-chegado; dessa forma consegui devolver as coisas para a sacola sem muito tempo, e, felizmente, nada havia se quebrado.

O rapaz se apresentara como Hunter, estendendo sua mão em forma de cumprimento. — Me chamo Frances. Agradeço muito pela a ajuda, Hunter — digo, sorrindo e apertando a mão que ele me estendia. Logo em seguida peguei meu livro no chão, e me sentei da cadeira. — Você me parece novo por aqui... Quer se sentar à mesa para um café? — esbocei um sorriso simpático, apontando para a cadeira vaga a minha frente. Eu gostava de conhecer pessoas novas, principalmente jovens; ainda mais se ele era de outro lugar. Era sempre legal bater um papo com pessoas diferentes, e se eu tinha essa oportunidade, era um desperdício não aproveitar.

Abri um sorriso entusiasmado quando o rapaz havia topado na hora meu convite, passando a ocupar o lugar a minha frente e tomando a iniciativa de dá o ponta pé inicial para uma conversa. Primeiro balancei a cabeça positivamente, e logo em seguida acrescentei: — Sim, é meu lugar favorito na cidade, com certeza — eu tinha certeza de que Hunter não iria me contrariar quanto aquilo; a quantidade de bolsas que eu tinha não me deixava mentir [apesar de mais da metade não ser, necessariamente, coisas minhas].

Em seguida, Hunter comentava a respeito das diferenças entre a sua antiga a cidade e a atual. Quando ele disse as palavras mágicas [Nova Iorque], eu arregalei os olhos, um pouco teatralmente, enquanto meus lábios se entreabriam num formato oval. —Oh meu Deus, você é de Nova Iorque?! Eu sou completamente apaixonada por aquela cidade — apesar de que só havia ido lá umas... três vezes no máximo. Era onde meu pai morava, mas eu nunca passava tanto tempo por lá, tentava o máximo evitar meu pai e namoradinha dele, ew.  

— Imagino que esteja sendo muito difícil se adaptar para um local do interior. Você estuda na universidade? — perguntei, agora com nítidos tons de curiosidade em minha voz. Fomos interrompidos pelo garçom, que decidira vim anotar nosso pedido. — Um cappuccino e um cupcake de mirtilo, por favor.