[RP] 505

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With your hands around my neck

Eu não havia cogitado a ideia de dar de cara com a mãe de Thomas assim que entrássemos na casa dele. E, pelo visto, nem ela parecia também cogitar a ideia de eu aparecer. — Olá, bom dia, senhora Feuerschütte — falei, de maneira educada, como se não pegasse o filho dela. Ela pareceu deixar a oportunidade de dá sermão em Thomas para outra hora, embora o garoto parecesse não ligar muito para aquilo.

Me senti incontestavelmente mais aliviada quando eu e Tommy nos encontrávamos sozinhos novamente, ele me abraçou e depositou um beijo na testa, do jeito carinhoso que eu tanto apreciava nele; logo subíamos o lance de escadas, fazendo um percurso até o quarto do rapaz que, para mim, fora extremamente longo. Era a primeira vez que entraria no quarto dele, mas eu sempre tive uma certeza: eu sabia que deveria ser uma bagunça (e estava certa), então teria que conter meu lado maníaco por arrumação e não começar a arrumar toda a bagunça. Se bem que nas minhas condições atuais, eu duvidava que iria me incomodar com qualquer coisa.

— Eu quase dirigia que isso é improvável, Tom, mas vendo o estado de seu quarto, não duvido que viva certo animais por aqui — eu disse, após o alerta de cuidado do rapaz. Olhei a volta em seu quarto, observando os elementos chaves que constituíam a personalidade de Thomas [e, pelo amor de Odin, ignorando totalmente a bagunça].

Eu quase quis tacar um tijolo na cabeça de Thomas quando ele abriu as janelas de maneira tão feliz e alegre, fazendo a luz natural do sol invadir o quarto com força total. Coloco minha bolsa em cima do sofá, e me jogo na cama, colocando o travesseiro no rosto por conta da luminosidade. — Por enquanto eu estou bem, obrigada. Ah, na verdade, poderia me emprestar uma blusa? — eu digo, tirando o travesseiro do rosto para que minha voz não soasse abafada. — De onde tira tanta felicidade a essa hora da manhã? — dou uma risada e me deito de lado, e vendo o violão ocupando o outro lado da cama. — Vai me dizer que dorme abraçado com ele? — digo num tom brincalhão, dando um riso ao final.

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Encaro as lindar e elétricas íris azuladas de Thomas que, neste momento, se encontrava em cima de mim. Dou um sorrisinho de lado, deixando escapar um riso fraco entre a abertura dos lábios ao ouvir a frase dele, a respeito de, uma vez que não dormia comigo abraçado, teria que encontrar outra coisa que, no caso, era o violão. — Aposto que ele não é um companheiro tão bom quanto eu. — Coloco minha mão na maça do rosto de Thomas, afagando o local enquanto nossos lábios se selavam.

O rapaz se afastou um pouco apenas para dizer um absurdo sem tamanho, que me fez entreabrir os lábios, fingindo estar indignada com aquela afirmação dele. — Você deveria estar ouvindo seus próprios roncos, senhorzinho. Até parece que eu uma pessoa tão linda como eu roncaria — falei, deixando minha voz bastante dengosa propositalmente.

O observo se levantar e ir até seus CDs, perguntando se eu queria escutar algo. — Sim, quero — respondo, e logo em seguida reúno toda a coragem necessária para me levantar da cama. Pego a camisa rosada que estava em cima da cama e vou em direção ao banheiro, porém quando me aproximei de Thom o escuto falar de sua própria bagunça. Ao passar por ele, dou um tapa inofensivo em sua bunda, dizendo antes de sair correndo para o banheiro: — Que bom que sabe, Tommy. Reconhecimento é o primeiro passo.

Depois de tirar o cropped preto que havia usado na festa e vestido a blusa quente e confortável de Thomas, voltei para o quarto. — Então, já escolheu alguma coisa ai? — eu disse, abraçando-o carinhosamente por trás e encostando a cabeça na lateral de seu braço, para espiar no que tanto ele arrumava.

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Dei um sorriso extremamente animado, soltando Thomas de meus braços e passando a observá-lo colocar uma música no aparelho de som. — Agora você criou certa expectativa quanto essa banda... Vamos ver se seu gosto musical é realmente bom — eu disse, um pouco depois de as primeiras notas instrumentais começarem a preencher o ambiente.

Me atentei aos primeiros versos da música, me surpreendendo pela qualidade do som [embora, talvez, eu não pudesse esperar qualquer outra coisa menor que aquilo vindo de Thomas]. Senti os lábios do garoto deslizarem nos meus, enquanto suas mãos agarravam minha cintura e trazia meu corpo para perto do dele. Abracei seus ombros, repousando minhas mãos na sua nuca, brincando lentamente com os fios de seu cabelo com meus dedos. — Ganhei de uma pessoa maravilhosa... estou pensando em assaltar outras roupas deles, ficou muito bem em mim, e o cheiro é muito gostoso.

Sinto-me arrepiar com a voz de Tommy acompanhando o refrão da música, de maneira baixa e perto do meu ouvido, enquanto dançávamos em um sutil balanço ao ritmo da melodia. Era sempre um prazer ouvir Thomas cantar, ainda mais quando era apenas para mim. Em seguida, ele perguntou se poderia ser fofo, eu olhei para ele com a testa franzida, estranhando a pergunta súbita, mas com um sorriso no rosto concordei com a cabeça, ouvindo sua resposta logo sem seguida.

Sentir meu rosto se avermelhar, mas meu sorriso se alongou ainda mais, e, com os olhos brilhantes presos nos dele, disse: — Isso é mais que fofo, é muito romântico — falei, deslizando minhas mãos para seu rosto e acariciando o mesmo, enquanto continuávamos a dançar de maneira lenta. — Você não precisa pedir ao meu pai, pois eu quero ser sua baby girl — falei em um tom doce, roçando meus lábios nos dele para, no fim da frase, iniciar um beijo, esse mais demorado, lento e apaixonado. Quando nos separamos, a música estava em seu fim já. — Eu gostei dessa música, e você acabou tornando-a ainda mais especial. Na verdade, você torna quase tudo especial para mim — dou um sorriso se graça, e apoio minha cabeça em seu ombro, o abraçando mais forte. — Também tenho certezas músicas que penso em você... eu diria que são Wanna Be Yours e 505, Arctic Monkeys, sabe? Se não, procure apenas quando eu sair, por favorzinho — decidi acrescentar logo a última parte, rindo ao final, para evitar um possível momento de vergonha que eu precisava evitar. — Coloca outra música dessa banda? Gostei dela.

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Se eu ainda tinha qualquer efeito das poucas horas de sono [e das longas horas festejando] elas haviam se ofuscado por completo diante ao meu momento tão mágico com Thomas. A música preenchendo o ambiente, minha pele junta a dele, meus olhos fixos nos seus e nossos corpos balançando lentamente. Diante da sombra que envolvia nossa cidade, a sombra dos assassinos que nos rodeavam e ameaçavam, perto de Thomas era onde eu me sentia segura de verdade.

E talvez por todas essas verdades, eu não me assustara com aquela frase [de três palavras e sete letras]. — Eu te amo também — eu disse, com mais facilidade do que achei que realmente teria; na verdade, era mais se eu me sentisse aliviada por expor aquilo que sentia.

Meu sorriso amável se tornou em um mais maroto ao ouvir a pergunta dele. — Hm... não sei... acho que dispenso me sentir envergonhada. Não que seja uma vergonha a música, ou sua letra, ou o que eu sinto... você sabe. Vamos combinar de não fazer perguntas difíceis, mocinho? — eu fiquei bem confusa para formular uma resposta para aquela pergunta e, no fim, não havia conseguido explicar o porque. Por fim, havia brincado no final, com aquela pergunta, e dei uma risadinha.

Enquanto Thomas colocava a próxima música, fiquei andando por seu quarto, olhando as coisas, sua bagunça, os instrumentos musicais espalhados, até que o rapaz segurou minha mão e me puxou em direção a cama, onde sentei em seu colo, sentindo seus dedos acariciando meu rosto. Segurei a mão dele, entrelaçando nossos dedos, e ouvindo ele apenas atiçar minha curiosidade dizendo que gostaria de me fazer uma pergunta. — E que pergunta seria essa? — perguntei nitidamente curiosa.

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Eu tentava olhar Thomas de maneira séria, querendo entender aonde ele queria exatamente chegar. Mas te digo uma coisa: era impossível. De alguma forma, um sorriso a todo momento tentava surgir de meus lábios, apesar de estar querendo sacudir Tommy para que ele deixasse de tanto mistério. A forma um pouco atrapalhada de como ele havia falado não ajudava em nada para apaziguar a sensação de curiosidade e ansiedade que eu sentia. Me limitei a esperar ele desligar o aparelho de som, mas quando ele sorriu para mim eu ergui uma sobrancelha e perguntei: — Ai ai, Thomas, o que você vai aprontar? — ele me deu um selinho e me colocou sentada na beira da cama.

Peguei um travesseiro, colocando em cima de meu colo e o abraçando, enquanto Thomas se posicionava a minha frente com o violão, começando a tocar as notas iniciais de uma música bem conhecida por mim. Abri um sorriso largo, rindo enquanto elevava minha mão até metade do rosto, expressando toda a surpresa que sentia no momento.

Meus olhos estavam fixos nos de Thomas, presos no intenso azul deles de maneira hipnótica e irreal. Eu podia sentir cada palavra da música sendo direcionada para mim, cada batida, cada nota, e o resultado não poderia ser diferente do que eu sorrindo tanto que sentia minhas bochechas protestarem. Aquele garoto era... totalmente inacreditável. Já quase para o final da música, meus olhos já estavam marejados e eu não conseguia conter a felicidade que sentia dentro de mim, era uma emoção arrebatadora.

Quando a música terminou, estranhei o fato de ele não dizer nada, apenas se limitou a devolver o violão ao seu lugar e caminhar até sua escrivaninha. Coloquei as mechas de meu cabelo atrás da orelha, e em seguida deslizei os dedos sobre as pálpebras, tentando limpar qualquer resquício das lágrimas que estavam acumuladas em meus olhos. Coloquei o travesseiro de volta na cama, me sentindo ainda um pouco nas nuvens.

Quando me virei para conferir o que Thomas aprontava, ele já estava vindo em minha direção e para minha surpresa ele se ajoelhava a minha frente, estendendo um anel. Arregalei os olhos, começando a ri ao mesmo tempo que chorava. — Tommy, o que você quer fazer? Acabar de vez com meu emocional? — minha voz saiu trêmula. Respirei fundo, encarando aqueles olhos e aquele sorriso que eu era apaixonada. Eu não podia nem fingir pensar no assunto, tudo que se passava em minha cabeça era minha resposta. — Sim, Tommy... Claro que sim! — segurei minha vontade de voar para os braços dele, e me contive em esperar que ele colocasse o anel em meu dedo. E, então sim, o puxei para um abraço ao mesmo tempo que me inclinava para beijá-lo.

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Senti minhas costas deitarem sobre o colchão da cama de Thomas, e logo rodeei o pescoço do meu namorado com os braços, o trazendo mais para de mim enquanto nos beijávamos. Dei alguns selinhos nele antes de findar o beijo, porém, só separei nossos lábios após mordiscar o lábio inferior dele. Ainda sentia-me eufórica, deixando que o momento de minutos atrás ficassem se repassando e repassando em minha mente, e tudo que conseguia pensar era no quanto eu o amava e de como amava estar com ele.

Gargalhei ao ouvi-lo dizer que estava aliviado, distribuindo diversos beijos em minha pele, que arrancavam suspiros meus. — Oh, deixe de ser convencido, ok? Talvez se eu fosse louca eu poderia te recusar sim, tá bom? — falei de um jeito meio dengoso, olhando para ele e fazendo um biquinho com os lábios.

Voltamos a nos beijar, agora com a música que novamente preenchia o espaço, deixando o momento ainda mais perfeito. — Ei, que tal sairmos para almoçar em comemoração? Não sei você, mas estou morrendo de fome... — pensei no treino de natação que teria as duas horas e que não estava mais nem um pouco a fim de comparecer. Era extremamente raro eu faltar o treino, mas acho que tínhamos ali uma exceção muito plausível. — Teria treino mais tarde, mas não quero ir. Hoje quero ficar o dia todo com você, o que acha?